Secretaria de Logística e Transportes de São Paulo adota plano sueco para reduzir acidentes no trânsito
Técnicos do SLT recebem curso inédito Visão Zero; 'vamos trazer este conceito a SP porque nenhuma morte é aceitável no trânsito', diz secretário João Octaviano Machado Neto
“O conceito do Visão Zero, criado na Suécia, vai além do objetivo de reduzir acidentes nas rodovias. Tem de ser uma questão permanente, que envolve o projeto, as obras de melhorias, e termina num ponto muito importante que é a educação.” Foram com estas palavras que o Secretário Estadual de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, abriu, na manhã de segunda-feira (15), o curso digital “Visão Zero pela Suécia” aos integrantes e especialistas em mobilidade urbana e rodoviária do Governo de São Paulo.
Ministrado por técnicos em segurança no trânsito da Agência Sueca de Transporte - Trafikverket e pela primeira vez fora do país de origem, o curso tem o objetivo de capacitar os agentes do Estado de SP interessados em melhorar as condições de trânsito nas regiões. “Vamos incluir o Visão Zero nas estradas estaduais dentro da premissa de que nenhuma morte é aceitável no trânsito. Com isso, todas as políticas públicas e ações da Secretaria e do DER, nas rodovias paulistas, irão aglutinar, ao longo dos anos, medidas que reduzam acidentes e protejam a vida”, afirma João Octaviano.
Ao abrir o evento o Comissário de Comércio da Suécia, Andreas Rentner, enfatizou que "a Suécia e o Estado de São Paulo têm ótimas relações e a colaboração na área de segurança de trânsito vai apenas fortalezer isto. Com certeza estamos muito esperançosos para este curso com 40 sessões, abordando 10 temas diferentes dentro da segurança do trânsito".
Neste sentido, o curso de duas semanas abordou a experiência sueca na teoria e na prática, além de apresentar ferramentas para a implantação deste plano em São Paulo. As tecnologias usadas e a experiência do setor privado sueco também serão mostradas. Para o secretário, a adoção do Visão Zero consiste em toda a parte de gestão e projetos. "Tudo o que envolver a nossa responsabilidade na condução das rodovias paulistas pode ser renovado”, concluiu.
O Embaixadora da Suécia, Johanna Brismar-Skoog, lembrou da importância da implementação do conceito Visão Zero na Suécia; "1,35 milhões de pessoas por ano morrem no trânsito e lesões de acidentes no trânsito é a 8ª causa mortis mais comum para adultos e a causa mortis mais comum para crianças e jovens abaixo de 30 anos...Antes do conceito Visão Zero, a Suécia tinha entre 500 e 600 mortes no trânsito por ano, agora este número caiu para em torno de 200."
"A colaboração neste área começou com contatos entre o Estado de São Paulo, a Polícia Rodoviária Militar e o Consulado Geral da Suécia já em 2018 e hoje chegamos num momento muito importante deste processo", apontou o Cônsul-Geral da Suécia Renato Pacheco Neto.
Eva Björk, responsável pela Academia Visão Zero na Administração Sueca de Transporte, destacou que "o conceito Visão Zero introduziu uma nova abordagem da segurança no trânsito e sentimos que temos uma responsabilidade de continuar promovendo as ideias e métodos de trabalho para os nossos parceiros internacionais".
Visão Zero
O programa, criado na Suécia em 1997, mudou o paradigma da segurança viária, seguindo a premissa de que os humanos são frágeis e comentem erros e, portanto, o sistema de trânsito deve ser construído para protegê-los.
A partir deste modelo é possível traçar estratégias, ações e metas adequadas que terão maior impacto e relevância para atingir o índice zero de óbitos e ferimentos graves em todo sistema viário.
Curso
O curso, iniciado na segunda-feira dia 15 de março, durou até sexta-feira dia 26 de março. As sessões foram ministradas online e ao vivo por especialistas em segurança no trânsito da Administração Sueca de Transporte, além de instituições globais como o Banco Mundial, World Resources Institute, iRAP, Volvo Cars e Volvo Group.
Fonte: adaptado a partir de nota à imprensa da Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo.
Fotos: próprias
Espero que vai abordar o design e cores das placas nas estradas tambem.
– tipo: formato triangular é advertência, retangular é informação , redondo é restrição-proibição
– Cores amarelo e vermelho é alerta ou proibição
– Flecha inclinado 45 graus para baixo significa que a instrução vale para antes da posição da placa.
E menos textos e mais símbolos.
As flechas na beira das curvas devem ter variação que indica a “intensidade” da curva, melhor que textos.
Excelente parceria com muita expectativa de resultados em curto prazo! A “Visão Zero” contempla o principal fator de acidentes no trânsito -a Esucação! Logo teremos uma equipe bem formada e será disseminado por outras capitais e cidades no Brasil! Tack mycket!
Parabéns! creio que as boas práticas devem ser compartilhadas!
Eu moro na Suécia, a educação e respeito no transito é fantastica se comparada a outros países!
Foco na capacitação e coincentização do time e alunos(publico) que irá trabalhar neste projeto.
Parabéns pela iniciativa! Excelente atitude! O assunto é complexo e a união de esforços é essencial. Quero lembrar que a principal causa de morte em acidentes de trânsito é o Traumatismo Craniencefálico, ou seja, as lesões neurológicas. Também como resultado da melhora do atendimento hospitalar, mais pessoas sobrevivem em decorrência destes eventos traumáticos e retornam para sociedade com inúmeras sequelas, muitas vezes leves, mas que interferem em suas relações sociais e ocupacionais. Como membro da Câmara do Comércio Brasil-Suécia desde 2009 e médico neurocirurgião com Mestrado em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina da USP, coloco-me a disposição para auxiliar e apoiar esta força-tarefa. Nossa experiência e expertise em Neurotraumatologia se deve ao trabalho de mais de 18 anos nos dois maiores hospitais referência em atendimento de acidentes de trânsito no Brasil, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e a Santa Casa de São Paulo. Por fim, acreditamos que medidas normativas podem ser úteis, mas para além da contribuição das regulamentações, a educação especializada para prevenção, com respaldo de análises prescritivas (comportamentais, relacionadas a viés e heurística [Kahneman & Tversky]) e histórico-culturais (aprendizagem expansiva [Engeström]) podem ser muito úteis. Tack så myket!!
seria interessante se documentos técnicos sobre o curso realizado para difundir a Visão Zero pudessem ser disponibilizados, afinal é uma capacitação pública com finalidade pública. A taxa de mortalidade no trânsito é alta nas vias municipais e não apenas nas rodovias, e a situação é urgente. Excelente iniciativa.